quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008

Rezar pra chover...

O final de semana que passou passei de novo num lugar que povoa todo o meu imaginario infantil e adolescencial... depois de dois anos e meio, voltei a comunidade onde eu vivi os anos mais importantes da minha vida. Os leitores do blog, ja sabem, to falando de Santo Cristo, mais precisamente a Comunidade da Vila Sirio.

Por la o povo aspirava ardentemente por chuva pois toda a regiao depende da producao agricola. Ao participar da Celebracao da Palavra no domingo pela manha me chamou atencao o numero de vezes em que se rezou "para uma boa chuva". E como se nao bastasse o evangelho era o da Samaritana, entao parecia que tudo calhava pra esse apelo incessante de agua - no sentido literal - assim como fez a samaritana.

Fiquei muito bem impressionado com a fé da comunidade. Com o modo como foram dirigidos esses apelos a Deus. Mas algo em mim dizia que o foco da oracao nao deveria ter sido Deus, em primeira pessoa...

Li na Biblia, no me lembro direito em qual livro, que Deus faz chover sobre justos e injustos. Conversei com muitas pessoas da regiao e algumas diziam que a chuva era urgentissima... outras diziam que chovia regularmente. No meu modo de ver todos poderiam ser enquadrados na categoria justos, no entanto a chuva para alguns faltava... Porque Deus teria preferido uns e deixado fora outros? Tava ele querendo testar a fé? Ou Ele viu alguma coisa que nao gostou e se vingou deixando eles na seca?

Essas perguntas sao sem sentido. Nao sao nem mesmo retoricas...

Estou convencido que o problema da falta de chuva nao é um problema de Deus. Ele criou o mundo e criou o jardineiro e a sua companheira pra cuidarem (conhecem o mito do cuidado??)... é por isso que eu penso que se deveria rezar mais pelo zelador do jardim do que pelo criador dele... Se falta a chuva, se o rio ta poluido, se o sol da cancer de pele é porque falta cuidado com o mundo...

Nao é um problema teu, meu ou do vizinho: é nosso. é um pecado da humanidade!!!

Se eu entendi bem as primeiras paginas do Genesis, depois da criacao a chuva ou a sua falta é um problema nosso...Concentremos, portanto, nossas oracoes na recuperacao da dimensao do cuidado que caracteriza cada ser humano.

Se vc é de acordo, releia aquelas paginas e poste aqui seus comentarios...

sábado, 16 de fevereiro de 2008

Arrivederci, Roma...


Arrivederci Roma
Renato Rascel

T'invidio turista che arrivi,
t'imbevi de fori e de scavi,
poi tutto d'un colpo te trovi
fontana de Trevi ch'e tutta pe' te!
Ce sta 'na leggenda romanalegata
a 'sta vecchia fontanaper cui se ce butti un soldino
costringi er destino a fatte tornà.
E mentre er soldo bacia er fontanonela tua canzone in fondo è questa qua!

Arrivederci, Roma...Good bye...au revoir...
Si ritrova a pranzo a Squarciarelli
fettuccine e vino dei Castelli
come ai tempi belli che Pinelli immortalò!

Arrivederci, Roma...Good bye...au revoir...
Si rivede a spasso in carozzella
e ripenza a quella "ciumachella"
ch'era tanto bellae che gli ha detto sempre "no!"
Stasera la vecchia fontanaracconta la solita luna
la storia vicina e lontanadi quella inglesina col naso all'insù
Io qui, proprio qui l'ho incontrata...
E qui...proprio qui l'ho baciata...
Lei qui con la voce smarritam'ha detto:"E' finita ritorno lassù!"
Ma prima di partire l'inglesina
buttò la monetina e sussurrò:

Arrivederci, Roma...Good bye...au revoir...
Voglio ritornare in via Margutta
voglio rivedere la soffitta
dove m'hai tenuta stretta stretta accanto a te!
Arrivederci, Roma...Non so scordarti più...
Porto in Inghilterra i tuoi tramonti
porto a Londra Trinità dei monti,
porto nel mio cuore i giuramenti e gli "I love you!"

Arrivederci, Roma...Good bye...au revoir...
Mentre l'inglesina s'allontana
un ragazzinetto s'avvicinava nella fontana
pesca un soldo se ne va!Arrivederci, Roma!

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008

Das coisas que aprendi...

Das coisas que aprendi…

Essa semana fecha um ciclo de dois anos e meio aqui na Italia. Durante todo esse tempo frequentei a Universidade Pontificia Salesiana para obter o titulo de Mestrado em Educacao com especializacao em Pastoral Juvenil... Morando em uma das cidades mais cosmopolitas do mundo, como Roma, e havendo a possibilidade de conhecer outros paises é obvio que as aprendizagens ultrapassam a academia... A seguir alguns fragmentos desordenados de algumas coisas para mim muito importantes...

A primeira coisa que aprendi é que aqui não existe Mestrado como nos entendemos no Brasil. Existe a “Licenza” que corresponde, mais ou menos, ao Mestrado no Brasil...

Aprendi que Roma é uma cidade lindissima, (bem como toda a Italia) e que se torna ainda mais bela na medida em que conhece melhor a historia e na medida que o nosso olhar vai se convertendo...

Aprendi, com a ajuda de Tomas Luckmann, que a Europa é secularizada mas o europeus não. Quer dizer, a religiao é cada vez mais invisivel mas a dimensao religiosa do homem continua viva.

Aprendi que a Europa esta mundando de rosto, um rosto ainda não delineado... e que a causa pode de alguma maneira ser explicada ao egoismo generacional aliado ao grande numero de imigrantes asiaticos, africanos e latino-americanos...

Aprendi que são muitos os caminhos que levam ao Vaticano. E da onde eu morava qualquer um que eu escolhesse não demorava mais de 17min de caminhada... Mas são cada vez mais tortuosos e estreitos os caminhos do Vaticano até mim...

Em contato com pessoas de todos os continentes aprendi que os meus absolutos podem ser relativos para o outro. E que a única forma de realmente encontrar o outro (diferente de mim) é relativizando os meus absolutos (coloca-los entre parenteses). Por outro lado a única forma de viver serenamente nesse mundo (pos-moderno) é tendo valores que estao profundamente radicados em uma comunidade, e que é preciso crer que as instituicoes podem ajudar a mante-los.

Aprendi que todo o nosso saber (conhecimento) é interpretaçao. E que portanto não conhecemos as coisas como elas são, mas já sempre interpretadas e codificadas em uma linguagem carregada de significados profundamente arraigados em um contexto (tempo, cultura, simbolos, valores...).

Aprendi que a religiao não é um problema de Deus. É um fato humano e que a modernidade trouxe a religiao para dentro dos limites do mundo. Isso significa muita coisa, mas poderia ser resumido no seguinte: a religiao somente tera credibilidade e plausibilidade a medida que responder aos problemas do homem (suas angustias, suas dores, suas miserias e suas buscas)...

Aprendi que aquilo que os estudiosos chamam de “mal estar religioso da nossa civilizaçao” tem suas origens no Iluminismo e que somente dois seculos após, com o Vaticano II, surge uma resposta aceitavel. Pena que grande parte da Igreja vive como se não existisse esse Concilio... Por mal estar religioso entende-se o problema de indentidade do homem contemporaneo: se escolhe ser cristao entra em conflito com a modernidade, se opta por ser moderno conflitua com o cristianismo...

Aprendi que Deus é a maneira infinita de ser homem e que o homem é sempre um modo finito de ser Deus. A única forma de se aproximar de Deus é crescer em humanidade.
Aprendi que não se trata tanto de educar para acreditar em Deus mas educar para perceber quanto Deus cre em cada um de nos...

Aprendi que é preciso crer profundamente na juventude especialmente nos contextos de pobreza bem como nos lugares onde os jovens tendem a diminuir numericamente...

Aprendi que tudo o que eu aprendi somente tera valor se eu continuar aprendendo...

Aprendi ainda muitas outras coisas mas as que escrevi aqui me dao sufiencietes razoes par crer e esperar...

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008

Colono sapiens santocristenses...




Eu, um bipede implume da vasta fauna humana, colorado e santocristense subi hje mais um degrau da escada sapiencial...


Obrigado a todos e a todas que de algum modo estiveram presentes...


Um abracao do,

Moa
PS.: Para os dois ou tres desatentos, santocristense é o adjetivo patrio do sujeito, no caso o colono, que nasce em Santo Cristo.